A ilhota de Boracay, a femme fatale do Arquipélago das Filipinas, é um daqueles lugares onde um bom par de olheiras faz parte da indumentária e as manhãs têm sabor de água de coco com Neosaldina.
Coreanos, chineses, cingapurenses e filipinos de Manila enlouquecidos (até o limite do oriental, com muito mais dignidade do que estamos habituados), além de uma eclética mescla de ocidentais na faixa dos 25 aos 75 anos , lotam as baladas pé na areia onde se dança em cima da mesa ao som de Lady Gaga (na melhor das hipóteses).
Há um clima de glamour: uma mulherada bonita e arrumada, restaurantes bacaninhas e altos hotéis à beira da praia, principalmente na região chamada Station 1. Mas as ruazinhas de areia e a simpatia filipina garantem total falta de afetação a ponto de eu me sentir à vontade para chegar a um dos bares mais badalados da ilha devorando uma espiga de milho e ainda pedir ao porteiro que desse um fim no sabugo (pedido que foi prontamente atendido).
Toda a "ação" de Boracay se concentra em White Beach, que, como o nome sugere, é uma faixa de 4 quilômetros da mais branca de todas as areias brancas banhadas por um mar escandalosamente azul e coqueirais.
A ilha é mais Ibiza do que nunca no fim de tarde. Ali o sol também mergulha no mar lentamente enquanto veleiros e parasails passeiam para lá e para cá. É a hora do happy hour com cerveja quase de graça e clima de badalação.
Muitos ocidentais detestaram o clima banana-boat, bares barulhentos e grupos de casais sul coreanos vestidos de par de vasos (sim, namorados aos montes andando de roupa igual). Mas tudo é uma questão de encontrar o seu cantinho e entrar no cllima em vez de esperar que longe de casa as coisas sejam do mesmo jeito a que estamos acostumados.
Durante o dia, quando eu buscava uma rede e sossego, encontrava o paraiso em um coqueiral sombreado na Station 3, o pedaço mais sossegado da praia, onde predominan os silenciosos turistas alemães. Já à noite o lema era abraçar o diabo no bar que tivesse mas gente e mais barulho. Para chegar à ilha, o melhor é pegar um voo de Manila, a capital do país, até Caticlan e depois um barco.
Fonte: Revista Viagem - Fevereiro/2011
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